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Smog fala sobre a tradição do fazer artístico escultórico, propondo uma reflexão sobre questões ligadas à relação entre fundo e forma, à materialidade, aos processos de produção, e à capacidade discursiva da imagem. Esta obra ecoa também na cultura modernista ligada ao sentido da obra de arte pública monumental.
Porém, ao contrário do ideário moderno, progressista, este trabalho aponta para uma crítica à ideia de síntese com a arquitetura e para uma falência da discursividade unitária. Trata-se de uma “paisagem” polifônica, dispersa, pensada como uma narrativa, cujos acontecimentos, ou personagens, se vêm organizados de um modo acidental, levados por uma correnteza ou surgindo aqui e ali, como resquícios de uma cena. Este nevoeiro, feito de massa lodosa, imperfeita, porém sistemática, lança um olhar turvo e desapaixonado sobre a tentativa de construção de uma narrativa, ou de uma história. Trata-se, em suma, de um trabalho sobre esquecimento.