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    Carme Nogueira | Centro Internacional das Artes José de Guimarães

    Dizem que as histórias se formam em parte de verdade e em parte de especulação. Depois do primeiro encontro com o chamado “gigante Golias” em 1876, e fantasiando sobre a possibilidade de estar relacionado a um culto fálico e procriador, Francisco Martins Sarmento vai mobilizar ações e estudos em redor do achado. Mas pouco a pouco, com a morte do arqueólogo, em 1899, o caso perde força nos debates arqueológicos. Em 1929, a escultura é transferida para o jardim da Sociedade Martins Sarmento onde ficará até 1996, data em que a Câmara Municipal e a própria Sociedade decidem transferi-la para a Alameda Mariano Felgueiras, numa rotunda onde permanece até hoje.

     

    A complexidade do caso percorre o final do século XIX e todo o século XX em constante ressignificação, sendo objeto de especulações e imprecisos estudos arqueológicos que, de alguma forma, transcendem-no como artefato anacrónico pertencente não só ao campo da arqueologia, mas também ao imaginário coletivo da área de influência do Minho, até à Galiza. Sempre ofuscado pela dúvida que pairava sobre cada referência.

     

    Na encruzilhada de vários relatos, Complexo Colosso é uma exposição que pretende aprofundar de forma indisciplinada as várias camadas que constituem este relato, as que alimentaram e questionaram a épica, dando forma ao que o Colosso representa hoje.

     

    Complexo Colosso também aponta uma complexidade que vai além do debate sobre a origem do homem de pedra, desembocando em aspetos políticos e sociais que revelam uma série de problemáticas históricas das quais o Colosso é apenas a ponta.

     

    Ángel Calvo Ulloa

    Curador convidado